Menos chuvas reduz ritmo de plantio da soja que está com a situação das lavouras boa

O ritmo de semeadura da soja reduziu na última semana com a menor incidência de chuvas, mas a situação das lavouras é boa. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (14/11), o plantio da cultura prosseguiu de modo intenso na última semana, passando de 23% para 40% da área projetada pela Emater/RS-Ascar em 6.811.344 hectares, estando 100% da cultura em estágio de germinação ou desenvolvimento vegetativo. A produtividade média estimada é de 3.179 kg/ha.  

Em algumas regiões do Estado, especialmente Noroeste e Fronteira Oeste, a redução nas chuvas nos primeiros dias de novembro resultou em uma queda acentuada no teor de umidade dos solos, o que dificultou a continuidade do plantio de maneira segura, especialmente a partir do dia 07/11.

De modo geral as condições climáticas têm sido favoráveis ao cultivo no Rio Grande do Sul, mantendo a umidade do solo em níveis adequados para o processo mecânico de semeadura, bem como para a germinação e emergência das plantas. Nas lavouras onde as plantas emergiram, observa-se excelente estabelecimento inicial e rápido crescimento vegetativo, mas é necessário nova ocorrência de chuvas, para manter esse cenário. O mínimo revolvimento do solo tem preservado a cobertura de palha, mantendo-o protegido, favorecendo uma deposição de sementes mais uniforme e diminuindo a necessidade de ajustes frequentes nas semeadoras.  
 

MILHO

Na última semana, a semeadura avançou apenas 3%, alcançando 81% da área projetada para a safra em 748.511 hectares. A produtividade média está estimada em 7.116 kg/ha. Os produtores priorizaram a semeadura de soja e a colheita de cereais de inverno.

A maior parte das lavouras encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (69%), e a floração abrange 26% da área cultivada. As lavouras em enchimento de grãos representam cerca de 9%, correspondendo a semeaduras mais precoces.

A redução na frequência de chuvas tem começado a causar sinais de deficiência hídrica em áreas onde os acumulados foram inferiores a 20 mm nos últimos 10 dias. Caso esse déficit persista, impactos na produtividade são esperados. As áreas irrigadas ou que receberam volumes superiores de chuva, entre 15 e 30 mm, dependendo da região, apresentam excelente desenvolvimento, folhas bem expandidas e coloração verde intensa, beneficiadas pela alta disponibilidade de radiação solar durante o dia e temperaturas amenas à noite.
 

TRIGO

As condições climáticas, caracterizadas por dias ensolarados e precipitações localizadas e de baixo volume, favoreceram a continuidade da colheita do trigo, que ocorreu praticamente sem interrupções. A área colhida em todo o Estado alcançou 83% da cultivada; outros 16% estão em maturação e 1% em enchimento de grãos.  

A operação foi concluída nas lavouras mais a Oeste do Estado, e o índice de colheita diminui gradualmente em direção ao Leste, onde apenas 10% foram colhidos. Conforme a Emater/RS-Ascar, a área cultivada de trigo totaliza 1.322.167 hectares, e a estimativa atual de produtividade está em 3.116 kg/ha.

 

OLERÍCOLAS

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, no município de Bagé, segue o bom desenvolvimento dos cultivos olerícolas após o estabelecimento. Em função do solo úmido, os agricultores continuam tendo dificuldade para realizar o preparo de canteiros e o controle de ervas daninhas. Em Quaraí, principalmente em relação às folhosas, há dificuldade de controle de invasoras, apesar do bom desenvolvimento dessas espécies.  

Há boa oferta de alface, levando os produtores a baixar os preços. Os cultivos de mandioca e de batata-doce continuam em fase de plantio e controle de invasoras. São realizados os plantios de abóboras, milho-verde e feijão-de-vagem. Em Dom Pedrito, o clima no período foi favorável ao desenvolvimento das culturas, mas a oferta continua insuficiente para a demanda do município, exigindo abastecimento de outras regiões. Em Barra do Quaraí, o mercado de olerícolas está aquecido, e há falta de produtos para a entrega; a maior parte das olerícolas está vindo da Ceasa ou de Santa Maria.


PÊSSEGO

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, o período é de colheita das cultivares mais precoces, como Citrino e Sensação, e inicia a colheita das variedades Granada e Jasp. Nas demais, continua o desenvolvimento dos frutos, mas houve antecipação da colheita de cultivares médias e tardias. O Sistema de Alerta do Pêssego, através do monitoramento de mosca-das-frutas, indica alerta e necessidade de intensificação da aplicação de isca tóxica e, dependendo da população e da cultivar, a aplicação para controle do inseto.  

 

Foto: Cláudio Carvalho dos Santos  

 

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
 
Jornalista Taline Schneider

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